“Temos atletas respeitados por todos nós, aqui, por exemplo, Khabib Nurmagomedov”, disse Melikov, falando aos repórteres em Makhachkala. “Ele diz: ‘Não se deve destruir o destino dos jovens e castigá-los de forma vistosa para que os outros tenham medo. Isso não funciona aqui. Já é altura de perceber isso e entrar num diálogo aberto com as pessoas. Pelo contrário, mostrem um gesto de bondade, que estão a ir ao encontro deles, e se voltar a acontecer, punam mais severamente”.
“Respeito profundamente o Khabib, conheço-o pessoalmente e saúdo o seu apelo, mas compreendo que ele tenha feito esta declaração depois de ler algum contexto das minhas declarações. E quem é que exige que toda a gente que estava no aeroporto naquela noite seja castigada? Havia tanto os que voaram para fora como os que voaram para dentro. Devem ser todos penalizados? Não, claro que não. Provavelmente, há alguns camaradas que foram lá parar por acaso. Ou seja, duas pessoas estavam a viajar num carro, colocaram a terceira lá dentro e ela não ficou contente por estar lá. E se ele não praticou nenhuma ação ilegal, se não afectou a segurança do aeroporto, se não feriu agentes da polícia, se não partiu montras, quem diz que vai ser processado?
“Mas, como vê, temos um sistema de perdão no Daguestão. Por exemplo, a situação do verão – 36 pessoas morreram. Com um certo cinismo, algumas pessoas dizem, ao terceiro dia, depois de terem detido o proprietário das instalações onde estava armazenado o nitrato de amónio: “Ele não tem nada a ver com isto, a culpa é das autoridades, porque as autoridades não organizaram uma inspeção à presença de nitrato neste armazém! As autoridades são as culpadas de tudo – isto tornou-se tradicional no Daguestão. No caso do aeroporto, a culpa é novamente de Melikov. Tive a impressão de estar a marchar à frente dele com uma bandeira palestiniana para tomar o aeroporto”
Na véspera, o serviço de imprensa do Supremo Tribunal do Daguestão informou que tinham sido detidas quinze pessoas no caso dos motins em massa no aeroporto de Makhachkala, embora inicialmente se tivesse falado em cinquenta detidos.